sexta-feira, 23 de novembro de 2012

E se ....



Tenho andado por aqui "dando voltas" ao pensamento com a finalidade de aprofundar certas e determinadas coisas relacionadas com os Grupos de Forcados, e não consigo atingir o porquê.
Sei que não sou entendido na matéria e mesmo lendo algumas publicações não consigo atingir um raciocinio que me faça tirar conclusões lógicas.
Passo a explicar:
Antigamente, (pelo que tenho lido) quando havia algum evento tauromaquico em determinada região o pessoal juntava-se de improviso para pegarem os animais eram chamados "grupos ad hoc" ou seja juntava-se a rapaziada da terra e de terras limitrofes para um fim especifico que era pegarem os toiros desse invento.
Depois apareceram os grupos profissionais que por serem poucos competiam com os "grupos ad hoc" a estes dois sucederam-se os grupos amadores.
Presentemente não existem grupos profissionais e os "ad hoc" só se constituem nas picarias ou largadas de toiros.
Agora vem o que ainda não consegui entender por mais voltas que dê ao "miolo".
Existem Grupos que não querem ou não podem pegar com outros Grupos de Forcados, mas porquê?
Em conversas fortuitas com outras pessoas elas dizem-me que foi criada uma associação de Grupos de Forcados em que os seus associados não podem pegar juntamente com Grupos não associados e que isso foi feito para haver uma distinção entre os Grupos.
Distinção entre Grupos ? mas porquê? até me apetece falar novamente no João Serra que dizia " mas num oficio daqueles não valia a pena ganhar inveja: era um ofício de levar porrada".
Outros dizem-me que existem regras que têm que ser cumpridas e que a associação existe para defender o Forcado.
Há ainda quem diga que existem muitos Grupos e que é necessario eliminar alguns.
Bom, tudo isto me fáz grande confusão mas certamente as pessoas que me deram estas explicações não são as mais entendidas no assunto, por isso fico na mesma.
Mas a ser verdade o que me disseram passo a perguntar o seguinte:
E se os empresarios criassem uma associação e determinassem o seguinte:
Os empresarios das praças demontaveis, só contratam Grupos não filiados na associação.
Os empresários das praças de 3ª categoria só contratam Grupos não filiados na associação.
Os empresários das praças de 2ª categoria só contratam Grupos não filiados na associação.
Ficariam os empresarios das praças de 1ª categoria, (que são para ai umas 8) com todos os Grupos filiados, e acham que haveriam corridas para todos?
Todos sabemos que existem Grupos com mais experiência, com mais condições, com mais história mas não nos podemos esquecer que tudo tem um principio e que é necessario haver "rodagem" para se "limarem arestas" para se cativarem novos aficionados e não menos importante termos consciências que os outros Grupos menos rodados são autenticos "viveiros" de Forcados.
Vou aguardar que alguem entendido me explique na realidade o que se passa para que o meu cerebro não ande a matutar nos "E se" porque "E se" a minha avó tivesse 46 dentes, não era minha avó, era uma motoserra.



 
    

sábado, 10 de novembro de 2012

"Chaubet"

 Foi no Blogue, Barreira de Sombra, que encontrei um artigo da autoria do Sr. Carlos Patrício Álvares (Chaubet).
Por achar que esse artigo vai ser do agrado dos seguidores deste blogue não resisti em publicalo.
Conheci o Sr. Carlos Patrício Álvares, em 28-09-1997, nesse dia troquei com ele algumas impressões sobre os acontecimentos que estavam a decorrer no momento e mais alguns pormenores sobre antigos forcados bem como do seu livro "À Unha !... Os Forcados", que adquiri em 1999, e que ele fez o favor de me  o autografar bem como a um outro de sua autoria o "Pega de Caras".
Nesse dia 28-09-1997, o Grupo de Forcados de Riachos, actuou pela primeira vez na sua terra, era então o Sr. "Chaubet" director da Revista Toiros e Cavalos, que embora estivesse presente nessa corrida não quis deixar de dar relevo a um pequeno apontamento da minha autoria (que lhe enviei) publicando o referido apontamento nas paginas dessa revista.
Tambem, no livro "À Unha !... Os Forcados", a "rapaziada" da Vila de Riachos não foi esquecida. 
 
 
 
21 de Dezembro de 2011

Nota introdutória

Data de 2005 este texto sobre a figura do Forcado, escrito pelo meu querido amigo Carlos Patrício Álvares "Chaubet" para o site Toiros&Cavalos. É uma homenagem que pretendo fazer não apenas ao "Chaubet", ou aos forcados, mas acima de tudo para recordar o site que fundámos com o saudoso Eduardo Leonardo. Aqui vos deixo mais um texto brilhante do nosso "Chaubet".


"Há mais de meio século que me interesso pelo Touro e pelo Forcado. Vinte e dois anos vestindo a jaqueta das ramagens, depois como observador atento e estudioso. Estas duas situações habilitam-me a poder fazer um historial do Forcado, o seu nascimento, consagração e desenvolvimento. Devido à confusão existente quanto à sua origem e à apropriação indevida que as classes sociais mais elevadas pretendem fazer do espírito do Forcado, parece-me oportuno esta análise.

O meu interesse por esta figura tão portuguesa, vem de achar ser o Forcado, dentro da Tauromaquia Nacional, o mais fidedigno representante da alma lusitana, do arrojo e espírito de aventura que nos levou mar dentro, a descobrir novos mundos para o mundo. O Touro representa o gigante Adamastor, que os nossos navegadores tiveram que enfrentar, quando das descobertas.Só um Povo como o Português, seria capaz de produzir um fenómeno como o Forcado. Digo Povo, porque foi realmente do Povo que saíu o gosto pelo “pegar touros à unha” como se passou a dizer.

Quando o homem começou a capturar o Touro em vez de simplesmente o matar, construiu cercados onde o colocar. Contudo, o Touro é um animal nómada e por tal, muitas vezes, invadia pastos alheios, gerando com isso atritos e discussões. Para evitar esses conflitos resolveu-se então, arranjar forma de identificar o touro, dar a conhecer a sua procedência. Cada possuidor de touros, passou a utilizar uma barra de ferro, colocando numa das suas extremidades, uma sigla que o identificava. Cerca de um ano após o nascimento de uma rês, posta em brasa a parte do ferro que possuía a sigla, gravava-se esta nos quartos traseiros do animal. A esta operação de ferrar o gado, ainda hoje utilizada, passou a chamar-se “ferra”.

Ora para se aplicar o ferro, era necessário derrubar a rês que, embora ainda jovem, já representava perigo e dava muito trabalho. Constituía mesmo um espectáculo, presenciado por muita gente, o labor dos intervenientes  nesta operação. Os que se especializaram nesta tarefa, porque agarravam os cornos dos bichos, tomaram o nome de “mancornadores”. Simultaneamente trabalhadores agrícolas, utilizavam para algumas das funções que lhes estavam atribuídas, uma forquilha com três aguçados mas frágeis dentes.

Porém, quando começaram com o manuseamento do gado bravo, para não o magoar inutilmente e para lhes dar mais consistência, substituíram os três dentes da forquilha por uma estrutura metálica, parecida com uma ferradura, com as extremidades arredondadas, que se fixava numa espécie de cajado. A este instrumento, que lhes servia para manejar o gado, deram o nome de forcado.

Ora os fidalgos, quando começaram a exibir-se em espectáculos públicos, certamente por esses homens terem um contacto maior com o gado bravo, levavam-nos para os recintos onde iam actuar. Designados como lacaios, faziam parte das grandes comitivas que os cavaleiros fidalgos sempre apresentavam. Iam munidos dos seus forcados, prontos a acudir a qualquer percalço que pudesse vir a acontecer.

Ao lado dos seus senhores, entusiasmados pelos aplausos da multidão, os mancornadores/lacaios, lembraram-se de pedir autorização aos seus amos, para fazerem na praça, o que faziam quando das ferras e que tão apreciado era. Os patrões, não prevendo o êxito que tal feito poderia ter, autorizaram a pretensão. Mas rapidamente se arrependeram…

O sucesso dos seus empregados foi imediato, provando que, bem lá no fundo, todos os portugueses se revêem no Forcado, têm no subconsciente, um pouco da sua poesia, audácia e espírito de aventura. O público passou a não prescindir da sua actuação, clamando muitas vezes pelos homens do forcado, incitando-os “À unha!…À unha!”. Perante isto, os Senhores resolveram proibir os seus subordinados de actuar – “se o fizeres vais para a rua”. Disseram. Mas já era tarde.

Encorajados pelo apoio do público, os mancornadores/lacaios, decidiram continuar autonomamente. O dinheiro que deixavam de ganhar por serem despedidos, certamente seria compensado pelo que a assistência lhes desse. Criou-se assim, o chamado “Forcado Profissional”.

Deste modo, confiados somente na generosidade falível dos espectadores, passaram a enfrentar touros com idade, sem qualidade, corridos e até ao reinado da Rainha D.Maria II, em pontas. Já não falando na circunstância de que, para pegar, raramente haver grupo constituído com antecedência. Os grupos formavam-se ad-hoc, muitas vezes indo buscar às tabernas, os homens necessários para os formarem.

Inicialmente, o número de elementos que que alinhavam para a pega era aleatório. Consoante o perigo que considerassem o touro apresentar, assim se escolhia o número de pegadores necessários.

Se nos lembrarmos, como diz uma quadra que todos que andam nestas lides conhecem, que para pegar um toiro “é preciso ter confiança na malta”, vemos que para pegar toiros nestas condições, tendo que levar farnel de casa e viajar a pé ou em terceira classe, para conseguir poupar algum dinheiro, dormir ao relento ou onde calhasse, é preciso ser muito valente, ter muito gosto pelo pegar toiros. Não era certamente pelo que ganhavam, que o faziam.

Por isso considero estes homens com espírito mais de amador, do que alguns dos que, posteriormente, tomaram essa designação.

As touradas ganharam grande relevo e de quando em quando, o Rei e a Corte iam assistir. Quando tal acontecia, armava-se um palanque para a Corte se instalar. Uma rampa que partia da arena dava-lhe acesso. Para impedir que houvesse algum toiro que quisesse fazer uma visita ao Rei, sem ter pedido audiência, a defender esse acesso eram colocados alabardeiros, uma força militar da altura.

Inspirados na táctica guerreira do quadrado, eram oito os elementos que compunham essa defesa, a que se passou a chamar “Casa da Guarda”. Como as lâminas das armas dos alabardeiros, estropiassem demasiado os animais que investiam contra elas, considerou-se que oito “homens do forcado” os podiam substituir perfeitamente e assim aconteceu. Foi também a partir daí que se determinou que deviam ser só oito elementos a fazer a pega. Limitação que modernamente não é respeitada. Se o toiro dá muita luta, vemos saltarem três e quatro forcados, a que chamo de “excedentários”, em ajuda dos oito iniciais, fugindo depois do toiro parado, como se ninguém os tivesse visto.
O Touro desse tempo, animal selvagem, feroz mas não bravo, de investida e derrote, agora, com o toiro de qualidade, seleccionado, estudado cientificamente e tentado, se pode fazer, estava for a de questão.

Embora nos dias de hoje, por desnecessárias, estejam banidas, nesse tempo, para combater a falta de qualidade dos adversários, os Forcados tinham várias formas de os pegar. omo apareciam muitos toiros com os cornos tendencialmente na vertical, quer dizer, gravitos, havia a pega de costas, que hoje, devido á correcção da córnea dos hastados, dificilmente se poderia tentar. Quando o toiro tinha estas características, não tinha muito peso, se não acudia ao cite, recorria-se muitas vezes a esta modalidade. Enquanto o grupo, no meio da arena chamava a atenção do cornúpeto, o pegador, correndo em diagonal, aparecia-lhe, de surpresa, à frente. Ele investia, o pegador enganchava-se nos seus cornos e seguia pendurado a trajectória que o bicho percorria ao encontro da ajuda dos colegas.

Contudo, a pega mais corrente e também mais fácil, era a pega à meia volta, a que os profissionais geralmente recorriam. Com o touro voltado para as tábuas, o pegador surgia-lhe por trás e a curta distância chamava-o. O animal voltava-se e investia contra o inesperado adversário. Por lhe darem pouco terreno e a investida ser instintiva e não preparada, esta era menos agressiva. Mas quando tal modalidade não podia ser aplicada por o touro “abroncar”, não investir, se ele obedecia ao capote, tentava-se a pega “à ponta do capote”. O peão de brega levava o oponente embebido no capote e quando o largava, aparecia-lhe na frente o pegador. Era também um embate em que o toiro era colocado  numa situação inesperada.

Igualmente a “cernelha”, injustamente chamada pega de recurso, era utilizada nestes casos. Se nenhuma destas modalidades se podia aplicar, vinha então a “pega ao sopé”, uma espécie de sai sempre, que os actuais Forcados ignoram completamente. O toiro grande, bronco, encrençado,  não respondia a nenhuma provocação. O pegador aproximava-se dele até à distância de um metro, metro e meio, o animal olhava-o, media-o, viam-se os seus músculos a prepararem-se para a defesa, mas não arrancava. O pegador então procurava que lhe chamassem a atenção e quando ele desviava o olhar, metia-se praticamente entre os seus cornos, obrigando-o, digamos, a investir. A pancada era violentíssima pois o touro preparava-se para acometer. Era necessário fechar-se com rapidez e ter bons braços.

Presentemente nenhum destes tipos de pega se pratica. Até a cernelha, uma pega sempre bonita, está a cair em desuso. Os toiros são todos pegados de largo ou a meia distância. Sucede ainda, que quando dentro da trincheira, existe uma diferença de atitude entre o Forcado antigo e o moderno.

No tempo em que os toiros não tinham qualidade e vinham para a praça  cheios de defeitos, tinha que se estar com atenção ao seu comportamento, para se mandar o peão de brega tentar corrigir qualquer anomalia que se notasse. Se metia as mãos à frente quando investia, se o fazia adiantando um dos cornos, se marrava alto ou baixo, se ensarilhava, se tinha ou não uma boa córnea, por vezes, se tinha algum defeito de visão. Tudo isto podia acontecer no gado que nessa altura aparecia. Por isso, dentro da trincheira, ninguém tirava os olhos do toiro.

Agora os componentes dos grupos podem voltar as costas ao que se passa na arena, cumprimentar os amigos e piscar o olho às raparigas. A tentativa de pega é a habitual, de largo ou à meia distância. Depois é só receber o bicho que responde de pronto ao cite, vem, rectilíneo e entra bem e ter bons braços e boas ajudas. Mas, enfrentar um toiro a corpo limpo, confiando somente na força dos braços, vontade, na ajuda dos companheiros e na nossa habilidade e determinação, é sempre um acto de coragem, por muito que, teoricamente, isso se apresente fácil.

Os Forcados, como passaram a ser chamados, simplesmente, os homens do forcado, iam ganhando cada vez mais popularidade. Isso despertou a atenção de classes sociais de nível mais elevado, que sentiram desejo de terem o mesmo acolhimento da parte do público.

Numa demonstração inequívoca de que o pegar toiros está na índole dos portugueses, sejam desta ou daquela classe social, não foi difícil arranjar Forcados.  Primeiro entre a nobreza, depois entre a burguesia.
Ao contrário do que os ditos profissionais faziam, não pediam nem recebiam qualquer paga pela sua actuação. Mas não pegavam todas as ganadarias e só entravam em corridas para amadores e normalmente, de beneficência. Começaram também, a dar mais espectacularidade à pega, não se confinando apenas à pega à meia volta.

A sociedade foi-se modificando, tornando os homens mais desejosos de um bem estar e protagonismo que dantes pouco ambicionavam. A Tauromaquia tornou-se um negócio. Se bem que fosse a sua aficion e não o lucro que o levava a pegar, o Forcado Profissional, já que o espectáculo tauromáquico era um negócio rentável, passou a considerar injusto e exíguo o que recebia. Começou por isso a rarear, quem se dispusesse a ser Forcado Profissional.
A machadada final que lhe deram, foi quando surgiu, em 1944, um grupo amador – o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa – a propor-se pegar todas e não somente algumas ganadarias.

Na altura existiam apenas cerca de vinte forcados que se intitulavam profissionais, que se dividiam pelos quatro grupos sobreviventes: Grupo de Vila Franca, de Alcochete, Riachos, de Salvaterra e de Lisboa. O que saía de Cabo numa corrida saía como simples elemento. Tivemos assim o Zé da Vila chefiando o Grupo de Vila Franca; Artur Garret o de Alcochete; Serra Torres o de Riachos; Manuel Faia o de Salvaterr e Matias Leiteiro o de Lisboa. Este Grupo aliás, quando comandados pelo valente Adelino de Carvalho, conseguiu um nível exibicional que nunca nenhum outro tinha alcançado. Foi o último a desaparecer. Os espectáculos multiplicaram-se e os grupos profissionais acabaram. Mas o gosto de pegar toiros manteve-se naqueles que, eventualmente, podiam fazer parte deles.

Entretanto, a existência de um grupo amador a não recusar corridas, a pegar todas as ganadarias, levou os outros grupos amadores da altura, a fazerem o mesmo. No entanto, para entrar no esquema de se pegar toiros de todas as ganadarias, não havia nas classes mais privilegiadas, número de voluntários suficiente.

Passou-se então a recrutar gente, entre aqueles que teriam ido para profissionais se ainda os houvesse. Os grupos de amadores, passaram assim, a ser para eles, veículo de promoção social, escola de boas maneiras.

A par de toda esta movimentação, do mesmo modo havia, nas ganadarias, um cuidado minucioso com a criação do toiro de lide, que cada vez tinha mais qualidade. O que, igualmente, ia facilitando o recrutamento de jovens forcados.
É que, apesar de como já disse, pegar um toiro ter sempre perigo, o sabermos que o toiro, de uma forma geral, tem um arranque pronto e franco, investida e corrida rectilíneas e derrote vertical, ajuda a adesão de candidatos a pegadores. De tal maneira que parece ter-se tornado moda ser Forcado.

Igualmente o 25 de Abril teve influência neste surto de grupos de forcados. A seguir à restituição das ganadarias, começaram a aparecer nos espectáculos tauromáquicos animais com pouco peso e, isso é que conta, com pouca idade. Eram os chamados novilhos/toiros que, como se sabe, têm menos perigo que um touro feito.

Estas serão as razões que explicam a existência de quase quarenta grupos de forcados, cada um deles, pelo menos os principais, com 20, 30, 40 e até mais candidatos…

Também, porque vivendo nós agora, numa sociedade em que a aparência, o dar nas vistas, o fazer-se notado, é factor importante para se ter êxito, o ser-se Forcado, é uma óptima forma de conseguir visibilidade.

Evidentemente, no meio dos verdadeiros Forcados que, felizmente, vão aparecendo, há uma grande maioria que só pretende é poder dizer é forcado, que pertence a este ou aquele grupo. Anda por lá três ou quatro anos, faz meia dúzia de pegas e retira-se com lágrimas nos olhos e volta à praça aos ombros dos colegas.

Mas pronto!… o tempo e a mentalidade são diferentes. Agora é assim e ponto final. Há cinquenta, sessenta anos atrás, pegava-se por pegar, o Forcado era motivado por um desejo pessoal de testar as suas capacidades perante o perigo. Não tinha qualquer objectivo a alcançar, nem o fazia para agradar a alguém ou para se fazer notado. Quando chegava a hora de se retirar, fazia-o com a mesma discrição com que tinha entrado, sem lágrimas, voltas à arena ou saídas em ombros. Pegava oito, nove, dez, quinze e até, vinte anos. Enquanto se sentisse com ânimo e vontade para o fazer.

Por resta razão, por ser mais trabalhosa a pega ou por os toiros, grandes com idade e sem qualidade, imporem mais respeito, nesse tempo havia somente três grupos de forcados organizados e um que aparecia acidentalmente e com várias designações. Eram o Grupo de Forcados Amadores de Santarém, que foi chefiado por António Abreu, D.Fernando de Mascarenhas e depois Rhodes Sérgio, o Grupo de Forcados Amadores de Montemor, chefiado por Simão malta e depois Joaquim Capoulas, o Grupo de Forcados Amadores de Lisboa, chefiado por Salvação Barreto. Chefiados por Duarte Noronha, antes de este ingressar no Grupo de Santarém, mas sempre com os mesmos elementos, apareceram esporadicamnte: o Grupo de Forcados Amadores da Malveira, Amadores Açoreanaos, da Estremadura, os Manuéis, do Ribatejo.

Por outro lado, destes grupos, só Santarém e Montemor tinham número suficiente de forcados. Mesmo assim não iam além de dezoito ou vinte.

Mas enfim os tempos são outros.

O ambiente em que as gerações que se vão sucedendo se movem, está sempre em mutação. Haverá sempre uma geração a desfazer na que a precedeu ou a atacar a que lhe sucede. A actual dentro de anos será passado, também irá sofrer censuras e ataques e assim sucessivamente.

Assim, não pretendo atribuir quaisquer louros para o tempo em que fui Forcado. A valentia, o gosto pelo pegar touros, já tenho dito e repito, não é monopólio de qualquer geração. Mas que havia muito menos candidatos a Forcado, é uma verdade…

Seja como for, continuo a vibrar e a bater palmas a uma pega bem executada, a admirar os rapazes que se atrevem a enfrentar um toiro."

Carlos Patrício Álvares (Chaubet)
publicado por barreiradesombra às 21:31
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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

"Simpatia com adrenalina"




Estas são algumas das imagens de um dos eventos que se realizaram em Setembro 2012 na Vila de Riachos (Costa Brava), e que teve como protagonistas o Grupo de Forcados Amadores de Riachos e o Grupo de Forcados Feminino de Benavente.
A simpatia, valentia e garra das quatro raparigas, contagiou os presentes que as aplaudiram com entusiasmo.

Luís Azevedo
Nuno Gameiro a dar primeiras
Nuno Matos
Nádia Pereira
Maria João Marmelo
Sónia Cardoso
Mário Vieira
Joana Raquel


"Ó mãe mas bateram-lhe palmas"






Para ficarem mais por dentro do assunto que vou escrever nada melhor do que lerem primeiro a página cujo título é “Quem és tu”.


- Olá estás bom?
- Sim estou
- Como é o teu nome?
- Chamo-me Alexandre
- Ó Alexandre e tu queres ser Forcado?
- Eu pertenço ao Grupo.
Este (pertenço ao Grupo) foi proferido com o semblante carregado para que eu não ficasse com dúvidas.
O diálogo entre mim e o Alexandre aconteceu no dia 16 de Setembro na Costa Brava, ali na Vila de Riachos.
Encontrei-o empoleirado nas “varolas” porque (segundo ele) naquele ponto mais alto podia apreciar todas as movimentações que estavam a decorrer.
Perguntei-lhe pelos familiares “a quem dei dois dedos de converça” e, a partir desse momento fique com os sentidos divididos entre o que estava a acontecer na arena, os amigos que me iam cumprimentando e claro está naquele rapazinho de 10 anos.
Quando estou nos treinos a minha intuição diz-me para estar atento a promenores e se num dos treinos o Alexandre não me tinha passado desprecebido (no meio das outras crianças) agora depois do que a mãe me contou fique mais intrigado e com curiosidade em ir acompanhando a evolução da sua 'afición'.
A mãe, talvez numa tentativa de demover o filho da função arriscada de ser Forcado, falou-lhe no recente acidente que teve um elemento de um Grupo numa corrida televisionada, mas a resposta do filho talvez não fosse a que queria ouvir.
- Ó mãe mas bateram-lhe palmas.
O nosso amigo Alexandre, juntou-se ao seu Grupo para ouvir com atenção as indicações do Cabo e desde que chegou ao evento até á altura de sair o novilho para curiosos manteve-se sempre com o barrete na mão, largando-o depois para se deliciar em desafiar o animal (lado de fora das “varolas”).





segunda-feira, 17 de setembro de 2012

"Costa Brava"




Foram dois os eventos que assinalaram o 2º aniversário do G.F.A.R..
No dia 15 de Setembro pelas 22h00 realizou-se uma picaria e no dia 16 pelas 17h00, uma demonstração de pegas realizada por alguns dos elementos do G.F.A.R. e pelo Grupo de Forcados Feminino de Benavente, que compareceu desfalcado (só quatro elementos).
Essas quatro jovens, vieram á Vila de Riachos mostrar a alguns "homens" (que muito falam e pouco acertam) a sua coragem, determinação, gosto pela festa brava bem como "perfumaram a Costa Brava" com elegância, simpatia e humildade.
Mais alguns pormenores sobre o que se passou no dia 16 vão ser alvo de uma outra página deste blogue que publicarei oportunamente.
Por agora quero apenas fazer referência às pessoas que discretamente vão ajudando o Grupo com o seu voluntariado, e marcando presença nesses eventos. 

Filipe "não há borlas para ninguem"
Eduardo "primeiro paga-se"
Ricardo "Malhado" agora sim podes aviar
Joaquim Antonio "limpa tambem os "beços" Mário destapa o tacho
GFAR até ao ultimo minuto e até morrer "venha vinho"

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

"Contra Barreira" na Vila de Riachos

Aos seguidores deste blogue, peço desculpa por ainda não ter apresentado algumas fotografias da primeira exibição formal do Grupo de Forcados Amadores de Riachos.
Tal facto deveu-se a um conjunto de factores que passo a explicar.
Assisti à corrida, levei a máquina fotografica, mas devido à falta de habilidade, da minha localização nas bancadas, luzes dos holofotes etc.. não recolhi nada de jeito.
Certo é que contactei em tempo oportuno algumas pessoas para me fazerem chegar algum material o que não se veio a verificar.
Hoje consegui deslocar-me à vizinha Vila da Golegã, e adquirir a revista Contra Barreira, onde na sua edição deste mês de Agosto, vem uma reportagem sobre a corrida de Riachos, assinada pela sua Directora Sandra Batalha com fotografias de Pedro Cardoso, bem como uma outra sobre a Bênção do Gado, mas aqui da autoria de Josué Ferreira com fotos igualmente de Pedro Cardoso.
Com a devida autorização da referida revista, na pessoa da sua directora, Sandra Batalha, aqui ficam as fotos que não ficaram com a qualidade desejada porque tive de fazer um scanner, e como é óbvio os profissionais não facilitam os originais (portanto a deficiente qualidade das fotos não se deve ao fotografo).
Justificações dadas vamos ás imagens.

Luis Azevedo 1ª pega do Grupo (touro Murteira Grave)

  

Nuno Gameiro 2ª pega (touro Murteira Grave)
Nuno Matos 3ª pega (touro Murteira Grave)

Nuno Gameiro recebeu o prémio para a melhor pega da noite
O Grupo reunido no final da corrida

sábado, 28 de julho de 2012

"DE IMPROVISO"

Foram horas, dias, meses e pelo menos dois anos a "cultivar" uma coisa que deu frutos no dia 27-07-2012, na Vila de Riachos.
Sei que nem sempre vai ser assim, embora "torça" por isso com toda a minha convicção e confiança "nos meus rapazes" e não mais importante nos seus seguidores e apoiantes.
Estiveram bem nessa noite de estreia, na sua terra (como eu ambicionava) na companhia dos seus admiradores, seguidores e de mais uns quantos que certamente não são nem uma coisa nem outra mas que lá se deslocaram pela "curiosidade".
Recordo o inicio do ano de 2010, como o ano em que o João Neves ( O Tordo)  cada vez que se cruzava comigo me dizia:  Amaral o Grupo vai arrancar e contamos contigo, aparece.
Para ser sincero nunca lhe dei muito crédito talvez porque nunca me tenha dado mais "pistas" e a conversa ser sempre de circunstância.
Agora, reflectindo no que me era dito, sei que apesar do pedido do (Tordo) "contamos contigo" nunca lá fiz falta nenhuma porque ele e o Carlos Branco, (possivelmente mais alguem de que eu não tenha conhecimento) desempenharam bem as funções para as quais se propuseram.
Adiante.
Murteira Grave era a ganaderia para a estreia do Grupo, o qual não se deixou intimidar (principalmente o cabo) que com serenidade, "atacou bem o problema"  porque a maior parte da rapaziada do Grupo nunca se tinha fardado, ou seja nunca tinham participado numa corrida formal e que possivelmente teve que ser motivada de uma forma a que eu não tive acesso porque infelizmente não assisti à fardação.
Seis touros, três para o Grupo de Cuba e três para o Grupo de Riachos.
Pelo "nosso grupo" pegaram, Luis Azevedo (Luizinho) Nuno Gameiro (Pescadero) e Nuno Matos. Havia ainda a disputa de um troféu para a melhor pega, que foi ganho pelo Grupo de Riachos, ou seja (a cereja no topo do bolo) sem desprimor para o grupo de Cuba que se portou com galhardia.
Todos de parabéns, é seguir em frente com o mesmo ânimo que os motivou a fazer renascer a tradição dos Grupos de Forcados na Vila de Riachos.

Cortezias, Grupo de Forcados Amadores de Riachos

   
      
"Uma das Santas padroeiras dos Grupos de Forcados da Vila de Riachos"
   

 

 


segunda-feira, 9 de julho de 2012

Conclusões

Apesar de andar activo na busca de partes da biografia dos Grupos de Forcados de Riachos, por vezes e para desanuviar pego na papelada recente e medito sobre tudo o que tenho feito para que a história mais recente não se perca.
Claro que presentemente tenho a ajuda preciosa do meu amigo Carlos Seixas, (que em boa hora apresentei ao Grupo) e que não se tem poupado a esforços, fornecendo-me frequentemente material para arquivo, quando eu não posso estar presente.
Acontece porem que apesar de ter colocado à disposição da rapaziada impressos para me fornecerem "dados pessoais" até agora ainda não me apareceu um único que seja com dados completos, relevantes e com fotografia.
As coisas estão facilitadas basta preencherem o documento juntar uma fotografia tipo passe e entregarem ao (Cabo) Carlos Branco, é tão fácil e o que pretendo está tudo explicado numa petição que deixei na tertúlia muito antes da sua inauguração.
Este processo que expliquei, foi praticado com o Grupo formado em 1995, onde também não surtiu efeito só que depois alguns dos elementos ficaram aborrecidos porque o seu nome bem como histórias que tinham para contar não ficaram impressas no livro e assim se perderam para a cronologia daquele Grupo.
Não tive culpa (não sou bruxo) e também tenho a minha vida profissional e pessoal que não me deixa reter tanta e tão vasta informação sobre nomes de pessoas entre outras coisas.
"Há muitas Marias na terra" como há, Matos; Maneis; Joões etc, se nos treinos ouvir chamar a dois ou três elemento de João depois não sei a quem associar um rosto porque nem sempre convivo com a rapaziada.
Para alem dos treinos e de toda a camaradagem que existe basta que cada um se preocupe também em alertar o companheiro para alguma parte burocrática para que assim não se perca a história.
Posto isto, vou passar a uma análise de interpretação de dados para terminar este capítulo antes da vossa apresentação numa tourada formal (mas que pode não ser exacta pelos motivos acima descritos).
Desde meados de 2010, e até ao dia 07-07-2012, entre demonstrações e treinos que foram cerca de 16 tiveram pela frente 45 reses.
A frequência de cada um nesses eventos foram as seguintes:
(Cabo) Carlos Branco _________________________________16
Luís Azevedo________________________________________16
André Pinto_________________________________________13
Nuno Matos_________________________________________13 
Nuno Gameiro_______________________________________13
Mário Vieira_________________________________________13
Marquitos___________________________________________12
João Neves__________________________________________11
André Rito___________________________________________10
João Ferreira_________________________________________10
Fausto Costa_________________________________________9
Paulo Branco_________________________________________8
Jorge Dinis___________________________________________7
Tita_________________________________________________7
Nuno Reis____________________________________________6
João Inverno__________________________________________6
João Paulo___________________________________________6
Pedro Silva___________________________________________5
Nuno Alexandre_______________________________________5
Lima________________________________________________4
Correia______________________________________________4
Rui Madeira___________________________________________4
Flávio________________________________________________4
Luís Folgado___________________________________________4
Cláudio Madeira________________________________________2
Paulo Ferreira__________________________________________2
Délio_________________________________________________2
Tiago Cláudio___________________________________________2
Parracho_______________________________________________2
Vasco_________________________________________________2
Nuno Caetano___________________________________________2
Jorge Vicente____________________________________________2
Rúben__________________________________________________1
Carola__________________________________________________1
Júlio____________________________________________________1
Mário Filipe______________________________________________1
Tiago___________________________________________________1
Matos__________________________________________________1
Peixinho_________________________________________________1
João____________________________________________________1

Foram feitas as diligencias possíveis afim de não preterir ninguém, e para que estes dados fossem os mais exactos possíveis, se houver qualquer erro da minha parte é favor deixarem na tertúlia dados para posterior correcção.
Alem do exposto foram feitos alguns eventos como picarias, bailes, concertos, festa campera, e a divulgação do Grupo através dos meios de comunicação social, bem como de outras formas.
Alguma da população da Vila de Riachos, e terras limítrofes tem demonstrado das mais variadas formas o seu reconhecimento pelo trabalho que o Grupo tem vindo a fazer.
Os que estão longe mas que têm afectividade pela terra e pelo Grupo, vão recebendo noticias e ao mesmo tempo, manifestando o seu contentamento através deste blogue ou para o meu email.
Não se pode esquecer também o Sr. Manuel Ramos Maceira e a Dnª Deolinda Martins Faisca, pelos motivos que todos conhecem.
"Quem vier por bem, que traga outro amigo também"  


    
             

domingo, 8 de julho de 2012

"Quem és Tu" !!


Hoje foi dia de passar pela tertúlia.
Depois de ir visitar os meus netos rumei com destino à Vila de Riachos, recolhi o material que o cabo me facultou e conversamos um pouco sobre o treino de ontem.
Se ontem durante o treino estava satisfeito por encontrar caras novas de jovens apostados em dar seguimento aos Grupos de Riachos, hoje fiquei intrigado e ao mesmo tempo comovido com o pouco que ouvi da história de um rapazinho de 10 anos.
Segundo compreendi os pais desse miúdo (do Entroncamento) ligaram ao cabo para saberem se o filho poderia assistir a um treino, é que segundo parece o rapaz só fala em toiros, pegas e nem os próprios pais sabem de onde lhe veio essa “obsessão”.
Então dias antes do treino esse “Forcado” foi levado pelos progenitores à tertúlia onde lhe foi explicado pelo cabo que teria de ter boas notas na escola (entre outras qualidades) para poder pertencer ao Grupo.
Posto isto e pelas repetidas perguntas que o rapaz fazia ao Carlos Branco, este colocou um vídeo com pegas e advertiu-o que nem sempre corre bem.
Depois de o miúdo ver algumas “voltaretas” e sem se deixar impressionar disse que mesmo assim podia ficar mais atrás (segundas ou terceiras ajudas) e se metessem lá um “toiro” dos pequeninos queria ir experimentar pegar.
Sei que foi ao treino de ontem pois reparei numa “carita” que não é habitual aparecer e logo que cheguei a casa vindo da tertúlia fui observar as fotografias e pela descrição tenho umas quantas onde ele aparece, com muita atenção ao desenrolar dos acontecimentos dentro da arena.
Por estas e por outras faço votos que seja desta que um Grupo de Riachos, prossiga o seu caminho por muitos e muitos anos, sem interregnos.

"Quem és tu" !!



quinta-feira, 5 de julho de 2012

No aperto do perigo, conhece-se o amigo.

"No aperto do perigo, conhece-se o amigo" este provérbio Português vai "emoldurar" o que se irá passar com a rapaziada do Grupo de Forcados no dia 27 de Julho 2012, pelas 22h00 para os lados do Casal Tocha, na Vila de Riachos onde está a ser instalada a praça de touros.
Com maior ou menor dificuldade, é desde o ano de 2010, que um Grupo de amigos se tem esforçado para "ressuscitar" novamente um Grupo de Forcados naquela castiça Vila Ribatejana.
Eventos e treinos foram feitos com o objectivo de quando surgisse uma oportunidade ela ser "pegada" com a maior dignidade possível afim de honrar a jaqueta, a terra a que pertence o Grupo mais a memória daqueles que por lá se foram fardando.
Quando digo "a maior dignidade possível" é porque tenho consciência de que por muita vontade que exista da parte daquele colectivo de homens a maioria deles nunca se fardou nem participou numa corrida formal havendo por isso o risco de cometerem algumas incorrecções no seu desempenho.
Quis o destino que a estreia deste Grupo fosse na sua terra, logo a responsabilidade vai aumentar substancialmente ainda por cima numa corrida de toiros integrada num dos mais belos festejos que se fazem no Ribatejo, estando aquela Vila "inundada" de milhares de forasteiros.
"Um por todos e todos por um" é assim que vai ser, é assim que eu gosto e foi para isso que vocês trabalharam desde 2010.

Dia 27-07-2012, pelas 22h00 Corrida de Touros na Vila de Riachos, integrada nos festejos da Bênção do Gado.

Cavaleiros:
Ana Batista
Gilberto Filipe
António Brito Pais

Grupo de Forcados de Riachos e Cuba

Seis (6) touros de Murteira Grave

Corrida abrilhantada pela Banda Operária Torrejana




     
  

sábado, 30 de junho de 2012

Programa

Uma vez por ano também eu faço o meu programa.
Nada de relógio,  nada de refeições cronometradas, de computador, telemóvel, televisão, e mais um sem número de rotinas que durante o ano dão para "torrar" a paciência a qualquer mortal.
Livre de  todas essas coisas, deixo-me "boiar" ao sabor das ondas, ventos e marés até voltar novamente à realidade e às práticas do costume.
A "rapaziada" do Grupo de Forcados tem estado a mexer, pois segundo consta estão perspectivadas algumas corridas. Assim que cheguei (vindo dos lados do mar) desloquei-me à Vila de Riachos, para me inteirar de algumas novidades relacionadas com o Grupo e recolher algum material para os meus arquivos. Fui recebido em casa do André Pinto, e posteriormente desloquei-me à tertúlia onde o Carlos Branco me deixou actualizar as fichas dos treinos. Sempre bem recebido confraternizei um pouco com aquela rapaziada que estava a chegar para mais uma reunião, altura própria para me retirar embora alguns quisessem que eu ficasse.
Volto a recordar a alguns dos elementos que embora me vejam nos treinos, que em algumas vezes participe neles não faço parte do Grupo, limitando-me somente a recolher dados para a historia daquele colectivo de homens e assim sendo sei quando me devo retirar para não interferir em coisas que não me dizem respeito.
Posto isto, vou aqui deixar algumas fotografias do treino que não assisti, e da apresentação do Grupo que juntamente com elementos de várias colectividades (vestidos a rigor) fizeram a apresentação do Programa dos Festejos da Bênção do Gado que se vai realizar na Vila de Riachos entre os dia 19 e 30 de Julho 2012.


    


   



Programa da Festa da Bênção do Gado
De 19 a 30 de Julho
Riachos – Torres Novas
19 de Julho | quinta-feira
21 horas: Abertura das exposições (pintura, escultura, fotografia e artesanato)
22 horas: Memória Colectiva | Adro da Igreja | Movimento/Teatro/Vídeo
23 horas: Bizu Walking Band | Ruas
20 de Julho | sexta-feira
19 horas: A eira (recriação de trabalhos na eira) | Casais Pinheiros
20 horas: Abertura de tasquinhas | Recinto
20 horas: Entrada de touros | Ruas
20 horas: Torneio futsal 24 horas | Pavilhão de Riachos
21 horas: D'folra | Recinto | música e circo
21 horas: A palavra manifesta de Gimba e Gonçalo Alegria | Ruas |Oficina de escrita criativa
22 horas: «Riachos, terra do Ribatejo» | Praça de touros | espectáculo etnográfico
23 horas: Sílvia Alcobia | Tascarte | Música
21 de Julho | sábado
9 horas: Passeio de vespa | ruas
9 horas: Gincana tractores |junto à praça de touros
10 horas: Grafite na Raposa – street art| Muro campo futebol
10 horas: Derby Columbófilo | Casal das Flores
10 horas: Oficina de percussão
15 horas: Cinema Olímpia | Olímpia | Programação de cinema
16 horas: Passeio fotográfico | Ruas
17 horas: Encontro de gaiteiros
18 horas: Arruada de gaitas de foles |Ruas
18 horas: Palestra «Simbologia religiosa e ruralidade do século XXI» - Aurélio Lopes| Museu Agrícola
19 horas: A eira (recriação de trabalhos na eira) | Casais Pinheiros
19 horas: Atletismo «II Grande Prémio Bênção do Gado» | Ruas
20 horas: Sarau Ginástica Desportiva | recinto
A FESTA DO FOLK
21:30 horas: Encontro de Gaiteiros do Ribatejo /Grupo de Gaiteiros da Golegã | palco 1
23 horas: Dazkarieh | Palco 1
0:30 horas: Mosca Tosca - baile folk | Tascarte
22 de Julho | domingo
9 horas: Passeio Equestre | Ruas
9 horas: Caminhada das Fontes | Campo
9 horas: 2.º Passeio de BTT «Rota dos Cingeleiros» | Campo
10 horas: Oficina de gaitas de foles
15 horas: Cinema Olímpia | Olímpia
16 horas: Cavalhadas (gincana de cavalos) | junto à praça touros
16 horas: Free Style (motos) | Av. 16 Maio
18 horas: Museu Memória – Pedro Barroso | Casal da Raposa
18 horas: Andebol | Pavilhão


22 horas: Teresa Tapadas | Palco 1 | Música
24 horas: Vic James | Tascarte
23 de Julho | segunda-feira
19 horas: «Terra chão» | Rua Dr. Rivotti | Dança para crianças
21:30 horas: Português Suave | Palco 1 | Música
22:30 horas: RJA | Palco 1 | Música
24 horas: Mantra | Tascarte
24 horas: Picaria | Praça de touros
24 de Julho | terça-feira
21:30 horas: As Camponesas de Riachos | Palco 1 | música
22:30 horas: Célia Barroca | Palco 1 | música
24 horas: La Fontinha | Tascarte | música
1 hora: Fadistices | Tascarte
25 de Julho | quarta-feira
A FESTA DO POVO
9 horas: Fisioginástica | Solar Sta. Maria
18 horas: Torneio de Chinquilho | Pátio José Marques
21 horas: José dos Reis - baile popular | Palco 1
22:30 horas: Quim Barreiros | Palco 1 | música
24 horas: Grupo de concertinas de Ourém | Tascarte
1 hora: Picaria | Praça touros
26 de Julho | quinta-feira
19 horas: Procissão Menino Deus | Ruas
A FESTA DA JUVENTUDE E DA CERVEJA
22 horas: A Caruma | Palco 1
23:30 horas: Os Outros | Palco 1
0:30 horas: Agrupamento Musical Lauro Palma | Tascarte
27 de Julho | sexta-feira
19 horas: Procissão Senhor Jesus dos Lavradores | Ruas
22 horas: «Povoação Vende-se» | Casa do Povo | Teatro (formação de atores)
22 horas: Corrida de touros | Praça de touros
A FESTA DA CHAVELHA
22:30 horas: Xarepa Band | Palco 1
0:30 horas: Frankie Chavez | Tascarte
28 de Julho | sábado
9 horas: Prova columbófila anos 40 | Ruas
10 horas: Passeio de pasteleiras (bicicletas antigas) | Ruas
15 horas: Torneio de Chinquilho | Pátio José Marques
15 horas: Trial (jeeps) «Desgasta montanhas» | Tocha
18 horas: Elvira conta contos | Ruas | Dança para crianças
19 horas: A Eira (recriação de trabalhos na eira) | Casais Pinheiros


20:30 horas: Entrega prémios Passeio Fotográfico | Palco 1
A NOITE DA MEMÓRIA
21 horas: Rancho Os Camponeses de Riachos | Palco 1
22:30 horas: Pedro Barroso | Palco 1
24 horas: Afonso Dias | Tascarte | música
1 hora: Pedro Salvador | Tascarte | música
29 de Julho | domingo
9 horas: 1ª Mostra de Fitness Vila de Riachos | Av. 16 Maio
16 horas: Cortejo da Bênção do Gado | Ruas
A FESTA DA BÊNÇÃO
21:30 horas: Tempo e Modo | Palco 1
22:30 horas: OqueStrada | Palco 1 | música
0:30 horas: Encerramento | Recinto
30 de Julho | segunda-feira
18 horas: Devolução Imagem Senhor Jesus dos Lavradores | Ruas

sábado, 21 de abril de 2012

Falcão

Decorreu hoje dia 21-04-2012, na Quinta do Falcão no concelho de Tomar, um treino do grupo de Forcados de Riachos.
Foi a primeira vez que o Grupo fez um treino naquele tentadero e desde já os meus agradecimentos ao Rui Salvador e aos funcionários que ajudaram e estiveram presentes nesse treino.   
Como "amigo do meu amigo meu amigo é" aqui vos deixo o link para quem quiser saber mais sobre os eventos que esta quinta disponibiliza.     http://www.quintadofalcao.com
Quanto a este treino posso dizer que saíram três rezes e que todo o Grupo esteve bem especialmente o Luís Azevedo que fez um "pegão" de se lhe tirar o chapéu.
O "Luizinho" citou a rês à moda antiga com as mãos atrás das costas e fechou-se bem à barbela, superiormente ajudado pelo Grupo.
 E agora como "não há bela sem senão" ao tentar carregar as fotografias deste treino no Blogue, aparece-me uma mensagem a dizer que esgotei o espaço para as poder colocar.
Como não percebo "peva" disto solicitei a alguém mais entendido que me explicasse o que se estava a passar.
Pois bem então parece que é assim: para poder colocar mais fotografias tenho que pagar e para que isso aconteça tenho que ter um cartão de credito (não tenho, nem quero ter) a outra  solução é ir apagando o que já publiquei em outras páginas (e isso não vou fazer).
Como tal e até arranjar uma solução vou só deixando neste Blogue, prosa sem imagens.
Parece que através do Facebook, não há problema por isso é por ai que vou colocar algumas fotografias.
Aproveito para comunicar aos seguidores deste Blogue que tenho andado na "difícil" tarefa de desfolhar mais de 125 mil paginas de jornais na minha incessante pesquisa sobre os Grupos de Forcados que se foram formando na Vila de Riachos ao longo dos anos, e com isso já aumentei substancialmente os meus arquivos.
         
  

sábado, 7 de abril de 2012

Forcados Portugueses num filme Americano

Joan Collins

De tanto pesquisar sobre os Grupos de Forcados da Vila de Riachos, por vezes (muito raramente) encontro noticias que talvez tenham passado despercebidas à maioria dos aficionados, ao contrario de outras do mesmo género que ainda hoje são faladas.
Tenho retirado conclusões acerca disso mas que agora nem vêm  ao caso.
O filme "A terra dos Faraós" estreou em Portugal, a 14 de Dezembro de 1955.
Realizado por Howard Hawks, que fez 42 filmes, entre eles "Os homens preferem as louras"; "El Dorado"; "Air Force"; "Anjos sem Asas"; "À Beira do Abismo" entre outros, mas teria sido o filme "A Terra dos Faraós" o seu primeiro fracasso comercial da carreira.
No elenco desse filme estiveram actores como, Jack Hawkins; Joan Collins; James Robertson; Sydney Chaplin e ainda (7) Forcados Portugueses onde destaco Manuel Faia, porque foi cabo de um dos Grupos de Forcados de Riachos.
Talvez a ausência de Manuel Faia, para participar no filme tenha ditado o seu afastamento do Grupo de Forcados de Riachos, que ficou a ser  comandado nessa altura por José Luís Coragem.
Posteriormente Manuel faia, comandou o Grupo de Forcados de Tomar, de 1955 a 1959.