segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Cara Linda

Treino- Grupo de Forcados Amadores de Riachos (um curioso)


João Barbosa, tinha o apodo de Cara Linda, e ficou registrado que essa alcunha talvez se devesse a ter um rosto muito redondo e rosado.
Cara Linda foi um famoso forcado que passou pelo Grupo de Riachos em finais do século XIX, era tão famoso que por vezes vinha anunciado como o primeiro forcado Português.
Nasceu em Santarém em 1861.
Teria rumado ao Brasil em Janeiro de 1891, integrando um Grupo de Forcados composto por homens do Ribatejo. Com eles seguiram o cavaleiro Fernando de Oliveira, uma quadrilha de Bandarilheiros e 30 touros dos mais afamados Ganadeiros, Portugueses e Espanhóis.  
Em Abril de 1896 também por lá andou e em 1897, voltou novamente ao Brasil, para não mais regressar a Portugal, porque no dia 18 de Julho desse ano ao fazer uma pega foi colhido com tal violência que faleceu no dia seguinte, realizando-se o funeral no dia 20-Julho-1897, para o cemitério de São Francisco Xavier, conhecido como cemitério Caju, localizado no Bairro Caju, na zona Norte do Rio de Janeiro.
Diz a notícia “deixa em Santarém Portugal, sua terra natal, mãe e irmão".
Continuando as pesquisas vou-me deparar com uma outra notícia de uma corrida de touros realizada no dia 1 de Agosto 1897, também no Brasil, em que nos diz “ nas duas pegas à unha sobressaíram Jacaré (outro forcado que passou pelo Grupo de Riachos, e que darei noticias mais tarde) e o filho do Cara Linda". Agora que recuperei mais alguns dados do Cara Linda, para juntar à Historia do Grupo vou também tentar recuperar alguma coisa do seu descendente.   
  



sábado, 22 de outubro de 2016

"Imparcialidade"







Uma vez alguém disse:
“Um livro é um mundo mágico cheio de pequenos sinais, em que os mortos podem regressar à vida e os vivos podem viver eternamente”.
É correto este pensamento embora não se aplique só aos livros mas sim a tudo o que nos rodeia. Para tal basta estarmos atentos a sinais e com sensibilidade suficiente para os interpretar.
Posto isto apraz-me dizer que estão de parabéns todos os intervenientes no espetáculo de beneficência que se realizou no dia 15 de Outubro, 2016 na Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha porque souberam interpretar esses sinais.
Segundo li, o Ricardinho, é um menino de 8 anos que alguém “sinalizou” com a finalidade de lhe proporcionar uma melhor qualidade de vida.
O G.F.A.R. não ficou indiferente a esse apelo bem como já não tinha ficado a outros onde se disponibilizou para proporcionar alguns “momentos mágicos” a essas pessoas e eu fiquei sensibilizado e orgulhoso “dos meus rapazes”. Parabéns a todos bem hajam.
Faz algum tempo (meses) que não posso acompanhar o Grupo, mas vou tendo algumas notícias em conversas fortuitas que mantenho com quem está perto dos acontecimentos.
Por vezes ao saber da disponibilidade do Grupo para dar o seu contributo a quem quer que seja e dentro das suas possibilidades, fico a pensar:
- Mas quem é que os ajuda a eles? E fiquem a saber que esses rapazes até nem pedem muito. Pedem simplesmente que lhes deem uma oportunidade para fazerem o que mais gostam.
Não deve de ser fácil a um qualquer Cabo de Forcados motivar a rapaziada quando surgem alguns convites para pegarem em corridas onde atuem outros Grupos com os quais não podem pegar.
Como aficionado (leigo na matéria) já ando embaralhado e não consigo perceber se quem quer acabar com as touradas são os anti Taurinos ou os que defendem a tauromaquia. Também me começo a aperceber que afinal não existe na forcadagem tanta união como pensava que existisse e como me foi transmitido pelos meus antepassados pois não vejo grupos a manifestarem-se em apoio de outros Grupos. Ou seja: - Eu estou bem, os outros que se lixem.
Julgava eu que todos os valores que um Grupo respeita era extensível a todos os Grupos e que a solidariedade começava quando um Grupo não se recusava a pegar com outro independentemente das consequências, se é que elas existem pois quanto a mim as maiores consequências que um Grupo pode enfrentar estão dentro da arena tudo o resto deveria ser paisagem.
Como aficionado começa-se a apoderar de mim um certo desgosto e algum desconforto com estas situações. Aliás alguma da minha indignação no que respeita à tauromaquia surgi-o em artigos que li datados do final do século XIX início do século XX, onde os Grupos de Forcados não eram referenciados e quando o eram os jornalistas geralmente faziam-no em modo depreciativo.
Quem escrevia essas notícias estava mais virado para o toureio equestre ou apeado, transparecendo serem tendenciosos e não imparciais porque talvez tirassem benefícios com isso. Outros tempos.
Agora mudando de assunto quero informar que a tertúlia do G.F.A.R. levou uma remodelação (informação dada pelo antigo cabo Carlos Branco) para que os frequentadores tenham mais conforto nesse agradável espaço. Podem consultar os horários na página do Grupo no Facebook.
As minhas pesquisas continuam e quando eu achar oportuno darei mais noticias.