sábado, 26 de março de 2016

Não basta dirigir-se ao rio com a intenção de pescar peixes; é preciso levar também a rede.





"O Xavier"


Este provérbio Chinês, pode ter muitos significados, depende da interpretação de cada um.
(Não sirvo de exemplo para ninguém) mas tal como todos os mortais tenho o direito em ter a minha opinião própria, a errar e de, até ser inconveniente perante as pessoas e instituições que me são queridas. ("Estamos tão familiarizados com a hipocrisia que a sinceridade de alguém nos vai parece um sarcasmo.")
Vem isto a propósito do “Xavier”.
O “Xavier” é o apodo com que resolvi denominar a cabeça de um touro embalsamada que me foi oferecida por um antigo elemento de um dos Grupos de Forcados formados na Vila de Riachos.
Esse elemento, que muito estimo foi o precursor da minha reentrada no mundo dos touros, mais concretamente no da “Forcadagem” da Vila de Riachos.
O “Xavier” tem uma lápide que mandei elaborar (porque foi oferecido à instituição) com o meu nome e (porque achei bem) com o nome de quem me o ofereceu. Assim o entendi para que ambos,  ficássemos a aparecer na história do Grupo, com a recomendação de que se por qualquer motivo o Grupo se extinguisse o “Xavier” fosse entregue ao Museu Agrícola de Riachos, para figurar e compor uma qualquer sala que se venha a equipar com a vasta história dos Forcados de Riachos, e não acabar em uma adega qualquer.
Outros itens, como a fotografia do nosso sócio honorário (benemérito) “sei do que falo” deveriam ter o mesmo destino e vão ter certamente.
Sempre acreditei nessa rapaziada embora o meu perfeccionismo me leve a querer que as coisas não vão ser assim tão lineares pois tenho ouvido muitas diretrizes mas atitudes tardas.
Acontece também, que fiquei embevecido, pois houve alguém que (me disse) e desde já agradeço, que o “Xavier” já foi aplicado. (Vale mais tarde do que nunca.)
A rapaziada está em crescendo, eu pouco ou nada tenho participado em termos laborais, mas dou o contributo que me é possível em outras vertentes que não são perceptíveis aos mais distraídos e sei que outras pessoas o estão e continuam a fazer, com pequenos e singelos gestos e às quais desde já agradeço, em meu nome e em nome de todos os que pertencem ou pertenceram ( já não estão entre nós) a essa grande e vasta família que são os Grupos de Forcados de Riachos.   
(Por nós e por todos aqueles que por cá passaram) venha vinho…         
            

quinta-feira, 24 de março de 2016

"never look a gift horse in the mouth"














Caros amigos:
Forcados, sócios, acompanhantes, simpatizantes, historiadores de tauromaquia e dos Grupos de Forcados que foram sendo constituídos ao longo dos anos na Vila de Riachos, Ribatejo Portugal. Venho por este meio informar que ultrapassamos as quarenta (40) mil visitas no nosso (vosso) blogue. Nada de mais, comparado com outros sites taurinos, mas sentimos que humildemente todos estão a dar um pequeno contributo na divulgação da história da tauromaquia Portuguesa.  

    “ Ouço como nenhuma outra voz, os grandes dizeres, em pequenos gestos.” Kleber Novartes

 Persisto, em deixar novamente um pouco da história da Vila de Riachos no que diz respeito à tauromaquia.
           
 Grupos de Forcados da Vila de Riachos

Para falarmos nos Grupos de Forcados da Vila de Riachos, (Ribatejo, Portugal), teremos que recuar no tempo até ao século XVIII.
 Já por essa altura, as gentes de Riachos, mostravam grande empatia pela festa brava, como nos dão conta umas frases escritas no livro “Visitas Paroquiais na Região de Torres Novas” de Isaías Rosa Pereira, que ao referir-se a uma ata escrita, quando no dia 31 de Outubro de 1747, depois de uma visita Paroquial à Igreja dos Casais de Riachos, feita pelo Dr. Luís Gomes de Loureiro em nome do senhor Cardeal Patriarca D. Tomás de Almeida, diz o seguinte:
Constou-me que os moradores, mordomos e confrades do dito lugar de Riachos, aplicam e gastam os rendimentos das confrarias e esmolas que dão os moradores do dito lugar, ou esmolas que lhes são impostas, em coisas menos licitas e festas de touros que não são do agrado de Deus”.
No seculo XIX, já Forcados de Riachos (embora não organizados como grupo) faziam pegas na Praça do Campo de Sant’Ana em Lisboa que foi inaugurada em 1831 e demolida no ano de 1889, três anos depois seria substituída pela Praça do Campo Pequeno, que foi inaugurada a 18 de Agosto de 1892, onde o grupo de forcados interveniente no espetáculo era o de Riachos.
Antigamente aos Grupos de Forcados, só era dado o nome do cabo: denominavam-se por isso o Grupo de Forcados do senhor “beltrano ou sicrano”
O Grupo de Forcados de Riachos, apareceu mais ou menos organizado por volta do ano de 1870, mas ai ainda com o nome do cabo que era Júlio Rafôa.
Nas últimas duas décadas de 1800, até às primeiras duas décadas de 1900, era o seu cabo Manuel Alcorriol, que teria sido o responsável pelo primeiro grupo de forcados que aparecia com o nome da terra que representava, e denominava-se por Grupo de Forcados de Riachos/Golegã.
Em 1885 no dia 17 de Maio foi inaugurada a praça de Touros de Torres Novas, e o Grupo de Forcados era composto na sua maioria por elementos de Riachos.
Em 1889 mais concretamente nos dias, 19;20 e 21 de Maio deram-se três corridas de touros na inauguração da Praça de Touros de Évora, em que foram lidados 36 touros e participaram os Forcados de Riachos/Golegã, assim denominados na altura.
A 4 e 5 de Março de 1894, realizaram-se corridas de touros na Praça do Real Coliseu Portuense, com a presença do Rei D. Carlos e dos Príncipes Reais, os forcados foram os de Riachos/Golegã.
Por isso crê-se que Manuel Alcorriol, terá comandado o Grupo até cerca de 1920.
José Sapateiro, terá comandado o grupo a partir do ano de 1920.
A este, sucedeu Antonio Serra Torres, depois Manuel Fáia, seguindo-se José Luís Coragem e por fim “Ruy Manuel”, tudo grupos profissionais ou “semi profissionais” quando digo “semi profissionais” é porque apareciam nos cartazes referenciados como Grupo de Forcados de Riachos, Grupo de Forcados Profissionais de Riachos, ou só Grupo de Forcados de “beltrano ou sicrano”
Na década de 1960, houve um interregno que durou até 1995, ano em que ressurgiu novamente o grupo comandado por João Antonio Rodrigues dos Santos.
Este grupo manteve-se até ao dia 25-10-1998, dia em que o cabo fez a sua despedida numa tourada integrada nas Festas da Bênção do Gado na Vila de Riachos.
No ano de 2004 a Câmara Municipal de Torres Novas edita um livro sobre parte do historial dos grupos de forcados da Vila de Riachos, com o título “Esquecidos da Morte” da autoria de Antonio José Amaral de Oliveira.
No ano de 2010, começa a haver nova “movimentação” de alguns elementos do grupo formado em 1995 com o intuito de fazerem renascer novamente o Grupo de Forcados Amadores de Riachos.
Embora já no final do ano de 2010, este novel grupo tenha realizado alguns treinos é no início de 2011, que eles se intensificam na esperança de fazerem a estreia, coisa que não se veio a verificar por falta de contratos.
Já quase no final da temporada de 2012, mais concretamente no dia 27 de Julho pelas 22h00 (uma sexta feira) o grupo faz a sua estreia numa corrida na Vila de Riachos, integrada nos festejos da Bênção do Gado é então o atual cabo, Carlos Branco Lopes.
O cartel foi composto pelos cavaleiros Ana Batista, Gilberto Filipe e Antonio Brito Pães, com seis touros da ganadaria Murteira Grave, para os Grupos de Forcados Amadores de Cuba e Riachos.
Os elementos que se fardaram para essa corrida foram:
Carlos Branco (Cabo); Jorge Lopes; Jorge Dinís (Rato); João Neves (Tordo); Luís Azevedo; André Gonçalves; Nuno Matos; João Brogueira “Nhoca”; Marco Alexandre “Marquitos”; Vasco Serrão de Faria; Pedro Correia; Fausto Costa; Luís Lima; Mário Vieira; João Ferreira; Paulo Ferreira; Nuno Gameiro.
O primeiro elemento a pegar por parte do Grupo de Riachos foi; Luís Azevedo à primeira tentativa, depois foi Nuno Gameiro também à primeira tentativa e a “arrecadar” o prémio para a melhor pega da noite e por último à segunda tentativa (numa rija pega) pegou Nuno Matos. 
Neste ano de 2016, temos a comandar o Grupo, João Paulo Conde Branco.
                                                                                             Texto: Amaral de Oliveira

terça-feira, 15 de março de 2016

"O algodão não engana"







 É como “limpar o cu a meninos”
“Limpar o cu a meninos”, vamos acreditar que se refere à facilidade com que se executa uma tarefa.
Não é assim tão linear porque há tarefas bem difíceis de executar e todas elas dependem do ponto de vista de cada um, bem como do poder de análise, estando por dentro das coisas obviamente.  
No dia treze do mês de Março 2016, no tentadeiro da Quinta do Falcão, em Tomar, propriedade do Cavaleiro Tauromáquico Rui Salvador, decorreu o terceiro treino desta temporada, do Grupo de Forcados Amadores de Riachos, agora comandado por João Paulo Conde Branco.
A minha análise (que é só minha) vem garantir que o futuro do Grupo, vai sendo assegurado pese embora o facto de todos os intervenientes terem de refletir sobre a logística que quanto a mim deixa muito a desejar, (a seu tempo irá melhorando).
A minha análise:
 Sem compromissos assumidos fui o primeiro (do grupo, entenda-se) a chegar ao treino, mas quando cheguei já lá encontrei o cabo dos Amadores de Tomar, Sr. Marco Fernando de Jesus, a quem me fui apresentar e com quem mantive uma conversa informal (e intima) sobre os dois Grupos, mas que entendi muito produtiva para mim. Escutando com atenção o que com serenidade, pausadamente, e um saber estar, o amigo Marco Fernando, me foi elucidando sobre o mundo da forcadagem. Um abraço para ele e parabéns ao grupo de Tomar, que comemora este ano, 60 anos de atividade.    
Sem saber o que me esperava do treino comecei por ver algumas caras novas, (muito jovens) e com uma certa nostalgia comecei a recordar outras que me fazem saudades e que comigo privaram nos primeiros treinos do Grupo mas que por qualquer motivo não puderam estar presentes neste treino. Recordei também os acompanhantes que comigo conviviam nos bastidores (antes e depois dos treinos) em que sempre houve uma palavra amiga uma critica construtiva que eu sempre consegui digerir (mas que alguns não) e volto a recordar o velho João Serra, (num oficio destes, não vale a pena ganhar inveja: é um oficio de apanhar porrada). Também recordei os que estão longe, emigrantes, com quem por vezes troco palavras como o amigo Walter Gameiro, (sócio honorário do Grupo da terra que o viu nascer, Riachos).
Do treino posso dizer que fiquei sensibilizado por ver os mais novos a serem testados (essas caras novas) de quem ainda não conheço alguns dos nomes mas que os vi valentes sabendo que alguns deles nunca tiveram contacto com reses bravas mas simplesmente (uma semana antes) com uma tourinha, apresentaram-se com maneiras, valentia e entrega denotando que assimilaram o que o cabo lhes transmitiu. Os dois novilhos que saíram para o treino foram da ganadaria Nuno Matos, que corresponderam bem, sem fazerem mal aos “miúdos”.
A madrinha do Grupo, (a Fadista Teresa Tapadas) fez questão de estar presente onde num ato de respeito por parte do Grupo, lhe foi dedicada a primeira pega. O amigo Paulo, vindo de Lisboa, esteve bem nas fotografias (e com coragem) para quem nunca andou nestas andanças, misturou-se com a rapaziada dentro da arena. Carlos Seixas, Inês Martins, e muitos outros, sempre presentes.            




















quinta-feira, 10 de março de 2016

Fado e Touros








Segundo noticia publicada no Facebook, o Grupo de Forcados Amadores de Riachos, passará a ter como madrinha, Dnª Teresa Tapadas.

“O Grupo de Forcados Amadores de Riachos vem por este meio comunicar com grande honra e prazer que o nosso grupo a partir desta data terá como madrinha a excelentíssima senhora Teresa Tapadas, dona de uma das melhores vozes do fado, Riachense de coração, D.Teresa aceitou o nosso pedido em ser nossa madrinha, e desde já agradecer pela sua disponibilidade e em querer ajudar o nosso grupo.
Um muito obrigado D.Teresa Tapadas.”

Em www.museudofado.pt, (personalidades), poderemos inteirarmo-nos que Teresa Tapadas, nasceu em 1977 na Vila de Riachos (Ribatejo) Portugal, tirou o Curso Superior de Gestão, cantou no Coral da Igreja, fez parte do rancho Folclórico de Riachos e que também já é vasta a lista de Países onde já atuou.
Poderemos ainda seguir Teresa Tapadas, em https://www.facebook.com/teresatapadasfado/photos_stream?tab...