segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Parabéns


"Agora sim, damos a volta a isto!
Agora sim, há pernas para andar!
Agora sim, eu sinto o optimismo!
Vamos em frente, ninguém nos vai parar!"
- Deolinda-

Nada melhor para elucidar o que a seguir vou escrever do que esta quadra de um Grupo de Musica Popular Portuguesa.
Como já sabem os Riachenses sempre tiveram uma grande aficcion pela festa brava e em especial pelas pegas que quer nas vacadas ou em corridas formais eram  feitas por espontâneos locais ou por Grupos de Forcados Profissionais que deram depois lugar aos Grupos de Forcados Amadores.
Com o desenrolar dos anos, mais a evolução que o mundo levou "trazendo" uma diversidade enorme de opções para os jovens (e menos jovens) se divertirem é natural que os mesmos fossem absorvidos por esses eventos desenraizando-se das tradições da sua terra.
Também é certo que abandonaram essas tradições porque os mais velhos não os souberam segurar nelas.
Não foi à muito tempo que em conversa com dois Riachenses (pai e filho) José Alexandre e Rui Alexandre abordamos este assunto tendo o filho me confidenciado que em tempos tentou através dos agrupamentos escolares elucidar os mais novos sobre essa tradição e tentado mesmo leva-los a experimentarem essa função.
Pelos vistos alguns entraves foram colocados e essa excelente ideia por ai se ficou.
Presentemente e como já noticiei através de uma publicação do Jornal "O Riachense" de 24 Agosto 2011 um Grupo de jovens (Grupo de Forcados Juvenis do Futuro de Riachos) fez a sua apresentação em Toucinhos, Ourém.
Há que elogiar esta iniciativa, dar apoio e acarinhar estes rapazes que pelos vistos deixaram as playstations e os computadores, para dedicarem parte do seu tempo na recuperação de uma tradição da sua terra.
Vão em frente sem hesitações, continuem "a retirar uma parcela do vosso tempo", para aprender, divulgar e praticar uma arte que se estava a desvanecer na Vila de Riachos.
 
O jovem Pedro Abelho a recuar na cara da vaca.

       
 

domingo, 28 de agosto de 2011

Regresso ao Passado

Quase todos os dias regresso ao passado, desfolhando registos deixados por alguém que certamente (ao fazê-lo) estava a pensar no futuro.
Essas pessoas com uma sensibilidade enorme para deixar registos ás futuras gerações não o fizeram (por dá cá aquela palha) por inveja, para se enaltecerem mas sim porque tinham uma visão diferente do comum dos mortais.
Alguns teriam sido um pouco excêntricos ao ponto de serem mal interpretados, mas isso não os travou no que sempre quiseram fazer.
Deixaram legados importantes (alguns foram destruídos) e que agora neste caso, juntando as diversas peças dá-nos uma maior visibilidade da importância e projecção que algumas localidades, pessoas, e tradições tiveram nos mais diversos locais deste país e alem fronteiras.
Por isso regressar ao passado só por regressar não faz sentido é necessário por vezes traze-lo à tona e apresenta-lo para despoletar atitudes que estavam adormecidas ou esquecidas porque dos velhos já ninguém se lembra e foram eles que com menos recursos deixaram obra feita.
A Praça de Touros foi propriedade da Sociedade Velha Filarmónica Riachense
Retiro da Perna de Pau em Lisboa os pratos mais preferidos naqueles tempos, eram as iscas à Zé Sapateiro e os bifes à Alcorriol
       

sábado, 27 de agosto de 2011

Aí........! tá o toiro

Esta expressão por vezes é utilizada pelo Forcado da cara para "indicar" que o toiro está com ele, (quer dizer que o toiro está fixo no Forcado e não a raspar no chão ou virado para tábuas).
Hoje ao comprar o Jornal "O Riachense" o meu coração encheu-se de orgulho e de mais uma serie de sentimentos que só a mim me dizem respeito.
Sei que está na hora de "arrumar as botas" em relação á pesquisa que tenho feito em relação ao historial dos Grupos que se foram formando ao longo dos anos naquela Vila Ribatejana, (até porque nem sou de lá).
Digo "arrumar as botas" mas só depois de escrever mais um capitulo sobra a história deste novel Grupo que está agora a fazer um ano da a sua formação (o do Carlos Branco)., até porque a minha pesquisa ao longo de todos estes anos me tem trazido novos desenvolvimentos.
O Grupo de Carlos Branco, embora até ao momento ainda não tenha inaugurado as jaquetas têm como data de referencia da sua constituição o 28 de Agosto de 2010., (é polémico).
Vem isto tudo a propósito porque que li hoje no jornal "O Riachense" um titulo que nos nos diz "Forcados juvenis de Riachos estreiam-se nas lides".                                                                                              Pelo que li, vejo que o Grupo agora iniciado por Carlos Branco, veio despoletar o que estava adormecido naquelas gentes e que uma das tradições que estava em vias de extinção começa agora a florescer pela mão de alguém.
Ainda bem que assim é.
No entanto também espero que se faça justiça a estes jovens, por "alguém habilitado" que consiga deixa-los registados na história dos Grupos de Forcados de Riachos.
Ao ler o nome destes jovens reparo que o nome de Fetal está associado pelo menos a dois deles e também os nomes de Simões ou Santana, ao que julgo saber pertencem a famílias daquela Vila.
Assim sendo fico de consciência tranquila e agradado porque alguém pegou no trabalho (pesquisa) que tenho feito desde 1995 e que agora lhe está a dar seguimento.
Pelo que li e que a seguir deixo impresso nesta pagina este Grupo de Forcados Juvenis do Futuro de Riachos fez a sua estreia a 7 de Agosto em Toucinhos (Ourem) num festival taurino presenciado por cerca de um milhar de pessoas.
Pedro Abelho pegou uma vaca à primeira tentativa e Fernando Pedro fetal pegou um bezerro igualmente à primeira tentativa. Como nos diz a noticia o Grupo fez ainda demonstração de cernelhas, sendo muito aplaudido.
Estão de parabéns estes jovens, que pela mão de alguém estão a manter e dar seguimento a uma tradição que quase ia "morrendo" naquela Vila outrora muito aficionada em especial aos Grupos de Forcados.
Como disse no inicio e sem que isso me traga incomodo (muito pelo contrario) fico contente por alguém da Vila de Riachos dar continuidade ao meu trabalho de pesquisa e deixe impresso o nome destes jovens numa pagina da historia daquela localidade porque afinal eu nem sou de lá e nem tenho afectividades que me liguem aquela Vila.
Vão em frente com coragem e que alguém os deixe registados para memoria futura. 
     

   
   
 




 

domingo, 21 de agosto de 2011

Enciclopédia Tauromaquica

Para todos os que visitam este blogue, aqui fica esta pagina direccionada mais propriamente para estudiosos e coleccionadores.
Sei que estou a "fugir" um pouco ao tema (Grupos de Forcados de Riachos), mas entendo que não faz sentido possuir material de outras funções da tauromaquia e não as divulgar aos interessados.
Espero com esta pagina e outras que possa aqui colocar ir enriquecendo os estudos (pesquisas) ou arquivos de alguém.  

sábado, 20 de agosto de 2011

Praças de touros desmontaveis

Como todos sabem as praças de touros desmontáveis dão um precioso contributo na manutenção dos  aficionados que por varias razões não se podem deslocar das suas terras para assistirem a espectáculos tauromáquicos. Estou a falar de pessoas idosas com dificuldades de transporte, económicas entre outras.
Quando ainda jovens ninguém os parava nessa sua ânsia de apreciarem o espectáculo. A pé, de bicicleta, carroça, tudo valia para as deslocações ás praças fixas que existiam, algumas bem longe do local de residência.
Acontece porem que agora, mesmo tendo a vida facilitada no que respeita a apreciarem esse espectáculo (em virtude de o mesmo se deslocar até eles) acabam  por ter dificuldade em suportarem os preços das entradas.
Sei que tudo tem um custo e que nos dias que correm não é fácil suportar certas despesas mas também penso que os artistas, empresários, entre outras entidades haviam de conjugar esforços para continuarem a proporcionar a essas pessoas uma ida aos toiros com preços acessíveis porque afinal de contas foram elas que em outros tempos encheram as praças.  
Vem isto a propósito porque me fizeram chegar ás mãos uma revista que fala do percurso do Matador de touros Ricardo Chibanga, que é proprietário de praças desmontáveis e que assim faz chegar a festa brava a locais onde não existem arenas. Mas com isto também quero recordar que se não houvesse ninguém que lhe tivesse (dado a mão) acreditando no seu valor hoje não estaria aqui a falar dele.
Foi na década de 1970, ali na estrada que liga a Vila da Chamusca, à ponte da Chamusca, que alguém mandou parar a viatura onde Ricardo Chibanga, se deslocava e me o apresentou.
Eu era um miúdo de tenra idade, mas senti-me importante porque aquele homem ainda vestido com o traje de luzes saiu da parte de trás da viatura e me veio cumprimentar.
Agora recordando aqueles tempos contemplo a humildade daquele homem, que naquele caso até parecia que a celebridade era eu.
Dai por uns dias, dou comigo numa pensão da Vila da Golegã, num modesto quarto, junto do meu ídolo, onde ele me dá uma fotografia devidamente autografada e me manda escolher outra.
Escolhi uma e ainda hoje as guardo religiosamente não sem que olhe para uma delas e me leve a pensar porque é que a escolhi.    
 .
A minha escolha recaiu sobre a do canto superior

           
      

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Mal-Me-Quer Bem-Me-Quer

Apesar de existirem certas carências (não humanas) os Grupos de Forcados que se formaram ao longo dos anos na Vila de Riachos sempre corresponderam ás expectativas para as quais foram solicitados.
A abnegação e o grande sentido de responsabilidade de alguns elementos e principalmente de quem comandou esses Grupos foi essencial para garantirem a aprendizagem de muitos jovens na difícil arte de pegar toiros.
De uma forma empenhada os cabos desses Grupos sempre souberam assegurar a manutenção do Grupo pelo menos enquanto dele fizeram parte, mas pelos vistos não souberam foi dar-lhe continuidade dai os interregnos que se foram verificando.
Portanto ao longo dos anos esses Grupos de Riachos foram-se extinguindo e renascendo.
É costume dizer-se que os homens passam mas as instituições ficam mas aqui não foi o caso.
Ali em Riachos os homens passaram e as instituições extinguiram-se para depois voltarem a renascer pela mão de outros.
Penso que é de aproveitar os exemplos daqueles que dignificaram essa instituição a fim de lhe dar agora uma continuidade sem interrupsões.
Todos os que por lá passaram deixaram uma pagina escrita na historia daqueles Grupos e é assim que eu os gosto de recordar pela positiva.
Gosto de entrar na tertúlia e ver as fotografias dos homens que comandaram aqueles Grupos em diferentes épocas e de saber que tudo fizeram para dignificar a memoria de quem por lá passou.
Eles souberam sair com dignidade e enquanto por lá andaram tudo fizeram para dignificar a jaqueta a memória dos seus antepassados e a terra que representaram, por isso são merecedores de figurarem nas paredes da tertulia para nunca mais serem esquecidos.
Para mim tanto me faz se foi o Grupo Profissional de Riachos, Grupo de Forcados Amadores de Riachos, Grupo de Forcados do Aposento de Riachos ou somente Grupo de Forcados de Riachos.
Qualquer nome nunca é mais forte do que a união de todos os elementos mais o nome da terra que representam. 

À esquerda João Santos Grupo formado em 1995 à direita Carlos Branco actual cabo
Lançamento do livro "Esquecidos da Morte" 2004

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Um toiro para curiosos

Esta tradição caiu completamente em desuso, nas toiradas Portuguesas.
Depois da lide dos artistas este ultimo touro destinava-se a quem tivesse coragem de o enfrentar, quer por simples divertimento quer para dar a conhecer os seus atributos como "toureiro" na esperança de que alguém o encaminha-se para tal função.
Já passaram cerca de quarenta anos desde que vi pela ultima vez sair para a arena um toiro para curiosos e isso aconteceu na Praça de Toiros de Tomar.
Mais algumas curiosidades aqui posso deixar referenciadas.
Na Praça de touros de Abiul, (em outros tempos) a receita dos espectáculos não era feita através da vulgar venda de bilhetes, mas sim de um peditório feito durante as lides dos artistas onde poderiam ser entregues, alem de dinheiro, (evidentemente) alguns géneros alimentícios como ovos, chouriço, feijão, entre outros produtos.
Tudo ou quase tudo servia como forma de pagamento, daí a modéstia da maioria dos cartéis ali apresentados.
Na cidade de Abrantes existiu uma praça de touros e a sua inauguração foi a 8 de Julho de 1900.
Feita em alvenaria tinha capacidade para 3500 espectadores, e uma curiosidade sobre este evento reside em que na véspera da inauguração foi distribuído um bodo aos pobres. 
Manuel Rocha, um Campino de Riachos que só conheceu um patrão, o Ganadeiro Golganense Frederico Bonacho.
A Manuel Rocha uma vez um toiro meteu-lhe uma haste por debaixo dos queixos e rasgou-lhe a cara até à orelha. Já contava com uma certa idade e esteve 6 meses de cama, depois continuou a sua vida profissional, até falecer no dia 22 de Setembro de 1946.
Na vila da Golegã ainda existe a chamada porta grande que pertenceu à praça de touros que existiu em Torres Novas, continua a desempenhar a sua função mas desta vez de entrada e saída de um barracão agrícola. 
Para curiosos também posso informar que se vai realizar no próximo dia 14 de Agosto 2011 uma garraiada na Vila de Riachos que como nos informa o cartaz vai ter lugar junto à Estação de Caminhos de Ferro.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

- - Diário Taurino - -: Que cartaz bonito!

- - Diário Taurino - -: Que cartaz bonito!
Sem duvida, é destas ideias e iniciativas que a festa dos toiros necessita. Por vezes entrelaçar o passado com o presente aguça a curiosidade dos novos aficionados e leva a que os mais idosos falem sobre as experiências do passado. Não seria desprovido de sentido, que para um outro aniversário fosse convidado o Grupo de Riachos, não para pegarem em solitário porque estão novamente a renascer mas como recordação dos seus antepassados que estiveram presentes com dois Grupos nessa inauguração do Campo Pequeno em Lisboa em 18 de Agosto de 1892. Parabéns ao Diário Taurino pela divulgação da historia dos homens de barrete, cinta vermelha e calção de anta que passeiam o nome da terra que representam jogado a vida, enriquecendo uma arte e granjeando prestigio.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os Deuses Devem Estar Loucos

Loucos não estão mas que devem estar zangados lá isso devem.
Por vezes o destino prega-nos partidas e desta vez o sorteado foi o João Paulo Conde Branco.
Mas quem é o João Branco "Branquinho" ?
Quando o conheci andava pela mão do pai a dar uma volta à arena da Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha.
Seu pai Carlos Branco, tinha acabado de pegar um toiro ao serviço dos Amadores de Riachos.
Depois desse dia "só lhe pus a vista em cima" uns anos mais tarde quando vi o João Branco "Branquinho" pegar um toiro na Praça de Touros de Tomar ao serviço dos Amadores daquela cidade.
Em 2007, com apenas treze anos "e cheio de medo" pegou a sua primeira vaca numa picaria a qual lhe provocou algumas escoriações.
O "gostinho" pelas pegas ficou e quase se tornou uma obsessão.
Em 14 de Junho do ano 2009, farda-se pela primeira vez pelos Amadores de Tomar, na Vila Concelho de Alvaiázere Distrito de Leiria.
A sua primeira pega é feita a um toiro de Conde Cabral, na Vila de Mora, Distrito de Évora, tambem pelos Amadores de Tomar.
Presentemente com o seu pai a reactivar o Grupo de Riachos é natural que o "Branquinho" tenha ficado com o coração dividido entre os dois Grupos (e Amigos que por lá tem) e por isso acabou "por pedir transferência" para o Grupo de Riachos.
Com a temporada a aproximar-se do auge, e por influência dos Amigos que deixou no Grupo de Tomar resolve regressar.
O que se passou não sei, não quero saber, nem são contas do meu rosário, certo é que depois de uma corrida na Praça de Touros de Vila Nova da Barquinha em Abril de 2011, volta novamente para o Grupo de Riachos.
Faz mais um treino e volta novamente para o Grupo de Tomar.
Penso que o "Branquinho" com tanta "transferência" tenha despoletado a ira dos Deuses, e no dia 29 de Julho de 2011, em Nisa pega o toiro mas faz duas fracturas na Tíbia sendo depois operado no Hospital de Abrantes. 
Agora só lhe posso desejar uma rápida recuperação, para me deliciar com a sua estética a desafiar um toiro ao mesmo tempo que o aconselho a nunca desafiar os "Deuses".
 


Um dos exemplares que saiu nessa corrida em Nisa