Quando ainda jovens ninguém os parava nessa sua ânsia de apreciarem o espectáculo. A pé, de bicicleta, carroça, tudo valia para as deslocações ás praças fixas que existiam, algumas bem longe do local de residência.
Acontece porem que agora, mesmo tendo a vida facilitada no que respeita a apreciarem esse espectáculo (em virtude de o mesmo se deslocar até eles) acabam por ter dificuldade em suportarem os preços das entradas.
Sei que tudo tem um custo e que nos dias que correm não é fácil suportar certas despesas mas também penso que os artistas, empresários, entre outras entidades haviam de conjugar esforços para continuarem a proporcionar a essas pessoas uma ida aos toiros com preços acessíveis porque afinal de contas foram elas que em outros tempos encheram as praças.
Vem isto a propósito porque me fizeram chegar ás mãos uma revista que fala do percurso do Matador de touros Ricardo Chibanga, que é proprietário de praças desmontáveis e que assim faz chegar a festa brava a locais onde não existem arenas. Mas com isto também quero recordar que se não houvesse ninguém que lhe tivesse (dado a mão) acreditando no seu valor hoje não estaria aqui a falar dele.
Foi na década de 1970, ali na estrada que liga a Vila da Chamusca, à ponte da Chamusca, que alguém mandou parar a viatura onde Ricardo Chibanga, se deslocava e me o apresentou.
Eu era um miúdo de tenra idade, mas senti-me importante porque aquele homem ainda vestido com o traje de luzes saiu da parte de trás da viatura e me veio cumprimentar.
Agora recordando aqueles tempos contemplo a humildade daquele homem, que naquele caso até parecia que a celebridade era eu.
Dai por uns dias, dou comigo numa pensão da Vila da Golegã, num modesto quarto, junto do meu ídolo, onde ele me dá uma fotografia devidamente autografada e me manda escolher outra.
Escolhi uma e ainda hoje as guardo religiosamente não sem que olhe para uma delas e me leve a pensar porque é que a escolhi.
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A minha escolha recaiu sobre a do canto superior |
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