quinta-feira, 24 de março de 2016

"never look a gift horse in the mouth"














Caros amigos:
Forcados, sócios, acompanhantes, simpatizantes, historiadores de tauromaquia e dos Grupos de Forcados que foram sendo constituídos ao longo dos anos na Vila de Riachos, Ribatejo Portugal. Venho por este meio informar que ultrapassamos as quarenta (40) mil visitas no nosso (vosso) blogue. Nada de mais, comparado com outros sites taurinos, mas sentimos que humildemente todos estão a dar um pequeno contributo na divulgação da história da tauromaquia Portuguesa.  

    “ Ouço como nenhuma outra voz, os grandes dizeres, em pequenos gestos.” Kleber Novartes

 Persisto, em deixar novamente um pouco da história da Vila de Riachos no que diz respeito à tauromaquia.
           
 Grupos de Forcados da Vila de Riachos

Para falarmos nos Grupos de Forcados da Vila de Riachos, (Ribatejo, Portugal), teremos que recuar no tempo até ao século XVIII.
 Já por essa altura, as gentes de Riachos, mostravam grande empatia pela festa brava, como nos dão conta umas frases escritas no livro “Visitas Paroquiais na Região de Torres Novas” de Isaías Rosa Pereira, que ao referir-se a uma ata escrita, quando no dia 31 de Outubro de 1747, depois de uma visita Paroquial à Igreja dos Casais de Riachos, feita pelo Dr. Luís Gomes de Loureiro em nome do senhor Cardeal Patriarca D. Tomás de Almeida, diz o seguinte:
Constou-me que os moradores, mordomos e confrades do dito lugar de Riachos, aplicam e gastam os rendimentos das confrarias e esmolas que dão os moradores do dito lugar, ou esmolas que lhes são impostas, em coisas menos licitas e festas de touros que não são do agrado de Deus”.
No seculo XIX, já Forcados de Riachos (embora não organizados como grupo) faziam pegas na Praça do Campo de Sant’Ana em Lisboa que foi inaugurada em 1831 e demolida no ano de 1889, três anos depois seria substituída pela Praça do Campo Pequeno, que foi inaugurada a 18 de Agosto de 1892, onde o grupo de forcados interveniente no espetáculo era o de Riachos.
Antigamente aos Grupos de Forcados, só era dado o nome do cabo: denominavam-se por isso o Grupo de Forcados do senhor “beltrano ou sicrano”
O Grupo de Forcados de Riachos, apareceu mais ou menos organizado por volta do ano de 1870, mas ai ainda com o nome do cabo que era Júlio Rafôa.
Nas últimas duas décadas de 1800, até às primeiras duas décadas de 1900, era o seu cabo Manuel Alcorriol, que teria sido o responsável pelo primeiro grupo de forcados que aparecia com o nome da terra que representava, e denominava-se por Grupo de Forcados de Riachos/Golegã.
Em 1885 no dia 17 de Maio foi inaugurada a praça de Touros de Torres Novas, e o Grupo de Forcados era composto na sua maioria por elementos de Riachos.
Em 1889 mais concretamente nos dias, 19;20 e 21 de Maio deram-se três corridas de touros na inauguração da Praça de Touros de Évora, em que foram lidados 36 touros e participaram os Forcados de Riachos/Golegã, assim denominados na altura.
A 4 e 5 de Março de 1894, realizaram-se corridas de touros na Praça do Real Coliseu Portuense, com a presença do Rei D. Carlos e dos Príncipes Reais, os forcados foram os de Riachos/Golegã.
Por isso crê-se que Manuel Alcorriol, terá comandado o Grupo até cerca de 1920.
José Sapateiro, terá comandado o grupo a partir do ano de 1920.
A este, sucedeu Antonio Serra Torres, depois Manuel Fáia, seguindo-se José Luís Coragem e por fim “Ruy Manuel”, tudo grupos profissionais ou “semi profissionais” quando digo “semi profissionais” é porque apareciam nos cartazes referenciados como Grupo de Forcados de Riachos, Grupo de Forcados Profissionais de Riachos, ou só Grupo de Forcados de “beltrano ou sicrano”
Na década de 1960, houve um interregno que durou até 1995, ano em que ressurgiu novamente o grupo comandado por João Antonio Rodrigues dos Santos.
Este grupo manteve-se até ao dia 25-10-1998, dia em que o cabo fez a sua despedida numa tourada integrada nas Festas da Bênção do Gado na Vila de Riachos.
No ano de 2004 a Câmara Municipal de Torres Novas edita um livro sobre parte do historial dos grupos de forcados da Vila de Riachos, com o título “Esquecidos da Morte” da autoria de Antonio José Amaral de Oliveira.
No ano de 2010, começa a haver nova “movimentação” de alguns elementos do grupo formado em 1995 com o intuito de fazerem renascer novamente o Grupo de Forcados Amadores de Riachos.
Embora já no final do ano de 2010, este novel grupo tenha realizado alguns treinos é no início de 2011, que eles se intensificam na esperança de fazerem a estreia, coisa que não se veio a verificar por falta de contratos.
Já quase no final da temporada de 2012, mais concretamente no dia 27 de Julho pelas 22h00 (uma sexta feira) o grupo faz a sua estreia numa corrida na Vila de Riachos, integrada nos festejos da Bênção do Gado é então o atual cabo, Carlos Branco Lopes.
O cartel foi composto pelos cavaleiros Ana Batista, Gilberto Filipe e Antonio Brito Pães, com seis touros da ganadaria Murteira Grave, para os Grupos de Forcados Amadores de Cuba e Riachos.
Os elementos que se fardaram para essa corrida foram:
Carlos Branco (Cabo); Jorge Lopes; Jorge Dinís (Rato); João Neves (Tordo); Luís Azevedo; André Gonçalves; Nuno Matos; João Brogueira “Nhoca”; Marco Alexandre “Marquitos”; Vasco Serrão de Faria; Pedro Correia; Fausto Costa; Luís Lima; Mário Vieira; João Ferreira; Paulo Ferreira; Nuno Gameiro.
O primeiro elemento a pegar por parte do Grupo de Riachos foi; Luís Azevedo à primeira tentativa, depois foi Nuno Gameiro também à primeira tentativa e a “arrecadar” o prémio para a melhor pega da noite e por último à segunda tentativa (numa rija pega) pegou Nuno Matos. 
Neste ano de 2016, temos a comandar o Grupo, João Paulo Conde Branco.
                                                                                             Texto: Amaral de Oliveira

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