domingo, 6 de fevereiro de 2011

Particularidades

Antigamente, com menos recursos disponíveis as pessoas tinham mais brio no que faziam.
Os panfletos que se distribuíam para anunciar as toiradas vinham devidamente ilustrados com fotografias dos artistas bem como com os seus nomes.
Os Forcados não eram esquecidos por isso ao contrario do que se vê hoje (onde só o nome do cabo aparece) antigamente havia a preocupação de colocar o nome de todos os elementos do Grupo.
Mas não só, cartazes há onde foram impressas algumas particularidades.
Tenho em mãos um panfleto que demonstra bem o que acabei de escrever.
Anuncia um festival taurino na Praça de Vila Nova da Barquinha.
Domingo, 13 de Julho de 1952, ás 17 horas e 30 (5 e meia da tarde)-(se o tempo o permitir)
Sete novilhos toiros e uma novilha, todos puros e oriundos da extinta ganaderia Terré e Terré.
Dois Cavaleiros: D. Luiz Atayde e D. José Atayde
Três Espadas: Mário Freire (de Riachos) José Mota Maia (da Atalaia) Joaquim Ramos  "El Mocito"(da Ponte de Sôr)
Bandarilheiros - os afamados amadores António Manuel, António Patrício Malaquias (do Entroncamento) José Cavalheiro, Júlio Martins, João Simões dos Santos (de Riachos) e António Soares (do Barreiro)
Coadjuvam a lide os profissionais: Pedro Gorjão, José Rosa e Manuel Freitas.
A Banda foi a dos Bombeiros Voluntários da Barquinha.
Um valente grupo de Forcados, tendo como Cabo o veterano Forcado Joaquim Dias que apesar dos seus setenta (70) anos de idade faz a sua despedida nesta praça onde também se estreou nos tempos áureos da sua mocidade, cujo o Grupo é composto por destemidos rapazes dispostos a não desprestigiar o brio que os Riachenses sempre demonstraram nestas actuações sendo os seguintes:
José Dias, José Anselmo, José Rato, João Ferreira Simões, Joaquim Salvador Rosa, Joaquim Canivete, e Augusto Rosa.
Mais uma particularidade que aqui deixo registada e que diz assim:
Os militares fardados com graduação até cabo têm desconto de 50% excepto nos camarotes.
Este espectáculo taurino estava integrado nas festas da Santa Casa da Misericórdia e o cartaz entre outras coisas diz-nos que os transportes estavam assegurados tanto de camionete como de comboio para antes e depois do espectáculo e ainda trazia algumas indicações úteis com decretos lei para que assim os espectadores conhecessem os seus direitos relativos ao evento.
"Devia dar mais gozo ir aos toiros naquela época".
Serra Torres (desfardado)
 






   

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