quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Um Riachense

Existem pessoas que apesar de residirem fora da sua terra natal, têm por ela um sentimento de afectividade tal, que, ao serem abordadas para falarem nas suas tradições, se disponibilizam de imediato para o fazer e sempre num tom apaixonado, como que ainda estivessem a vivê-las.
Luís Martins Lopes, um Riachense a residir na cidade de Leiria que nos anos quarenta privou com o Forcado João Serra diz-nos o seguinte.
João Serra nos anos quarenta já estava em fim de carreira.
Era um caso aparte, mas por não ser disciplinado actuou sempre ás ordens de vários cabos de Forcados de diversas terras, mas foi figura de cartaz durante mais de 25 anos.
Era um valentão! e não escolhia toiros nem terrenos.
Pegava à córnea ou à barbela - tinha um jogo de braços impressionante.
Entrou em praça ao comando de Manuel Burrico de Vila Franca de Xira, Edmundo Oliveira do Vale de Santarém, Zé da Vila de Vila Franca de Xira, Matias Leiteiro dos profissionais de Lisboa e por fim já perto dos cinquenta anos sob as ordens do seu primo e amigo António Serra Torres cabo do Grupo de Riachos.
Pelos apontamentos do senhor Luís Martins Lopes foram mais de mil vezes que João Serra foi para a cara dos toiros.
Quando o grupo falhava João Serra era a tábua de salvação, tanto assim que ainda há poucos anos o cavaleiro tauromáquico David Ribeiro Telles se referiu elogiante ao João Serra e à Vila de Riachos.
João Serra era enérgico e de uma galhardia insuperável. Não há duas opiniões iguais.
Obrigado, senhor Luís Martins Lopes.

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