sexta-feira, 18 de março de 2011

Pesquisa

Por vezes ao iniciarmos uma simples pesquisa sobre qualquer coisa que nos desperte a atenção não fazemos ideia das proporções que essa pesquisa pode tomar.
Assim aconteceu comigo, porque sem que desse por isso já passaram cerca de dezasseis anos desde que me levaram para o Grupo de Forcados de Riachos e ainda continuo a pesquisar e a encontrar peças soltas desses acontecimentos ou dos protagonistas.
Mas, a maioria dos elementos (e não só) que compõem este futuro grupo, não fazem uma pequena ideia do quanto tempo despendido, das quantas pestanas amaralecidas pelo fumo do cigarro, da quantidade de nicotina que me começa a atrofiar os pulmões, do combustível gasto em deslocações, das resmas de fotocopias que foram tiradas e outros desgastes inerentes a essa procura.
Também  não fazem ideia, do prazer que isso me dá, das pessoas maravilhosas que contactei, das manifestações de carinho e de incentivo com que por vezes me brindam.
Tal como uma dura pega, que depois é recompensada com um aplauso ou uma flor.
Pena tenho, de não ter formação suficiente para fazer mais e melhor, mas independentemente disso e por aquilo que tenho conseguido já começo a acreditar que haverá "alguma coisa" que quer que seja eu o fiel depositário das memórias desses acontecimentos e pessoas. Assim farei.
Como já escrevi numa outra página por vezes no meio de tanta papelada e de alguma precipitação (devido à tal falta de formação) esqueço-me de referenciar de onde obtive certos dados.
Todavia não poderia deixar de os apresentar aqui e é isso que vou fazer.
Comecemos  pela família Madeira (excertos retirados da Revista Cultural nº2 Castelo Velho Riachos)
Luís Santos Madeira   (N. 1839  -   F. 1911)
O Luis Santos Madeira sentia nas veias a paixão dos toiros.
Pegava-os ainda antes de se falar no Alcorriol e seus pares, metido em grupos ocasionais que se formavam para abrilhantar as touradas organizadas por aí além.
Todos os anos aparecia integrado num Grupo na praça da Nazaré.
Nessa mesma revista fala-se também na família dos Beneditos onde se diz que ( assim pelo nome de Beneditos ninguém os conhece) Mas Joaquim Lopes, mais conhecido pelo "Forja" casou com Emília Serra e desse casal nasceram três filhos, um deles foi João Serra (o Forcado das mil pegas).
Agora, no livro Gentes de cá Rostos de um Povo Riachos vem o nome de António Portelinha.
Filho mais novo de Francisco Lopes Portelinha e de Maria Quitéria e irmão de quatro raparigas.
Este senhor só esteve catorze anos em Riachos e fez a sua vida em Lisboa.
Foi Forcado no Grupo fundado por Serra Torres mas não entrou ao inicio quando ainda eram profissionais.
Segundo António Portelinha o Grupo de Riachos chegou a fazer 42 corridas num ano (reparem bem no numero). Portelinha pegou pela ultima vez na primeira despedida de Manuel dos Santos em 1953 no Campo Pequeno, pegou ele e o Nuno Salvação Barreto.
Depois foi empresário e apoderado.
No meu livro Esquecidos da Morte coloquei um nome (entre outros) porque me apareceram referenciados nos cartazes das corridas mas por não ter mais dados assim ficaram.
Quem seriam esses homens?
Tomemos por exemplo Jacaré.
Passados 16 anos consegui obter a seguinte informação.
25 Agosto de 1895 Figueira da Foz
Inauguração do Coliseu Figueirense, com toiros Faustino da Gama, o cavaleiro Alfredo Tinoco, os Bandarilheiros, Fernando Calabaça, Theodoro Gonçalves, Jorge Cadete, Torres Branco, Carlos Gonçalves e o Espanhol Filipe Aragó "Minuto" bem como um Grupo de Forcados comandados por "Jacaré"
Ora Jacaré era o nome profissional de Eusébio da Costa, que aparece numa fotografia "net" com os seus filhos.
Amigos, (Grupo) só com muito empenho, persistência e "alguma dose de loucura" poderemos obter resultados.
Eu estou a fazer o meu "papel" vocês façam o vosso. 

António Portelinha
À direita Eusébio da Costa "Jacaré"  Leandro Francisco Conhecido por Marão (sentado) e à esquerda Manuel Galo
 

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